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Eduardo Velasco, Advogado
Eduardo Velasco
Comentário · há 5 anos
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Eduardo Velasco, Advogado
Eduardo Velasco
Comentário · há 8 anos
Jornalistas de VEJA, ISTOÉ, ÉPOCA, ou blogs como CARTA CAPITAL, só para ficar entre algumas referências, ficariam como que 'travados' ao lerem este artigo do nobre colega.

Imaginem a 'saia justíssima' de um Reinaldo Azevedo ou Diogo Mainardi com uma tremenda 'crise-jornalística-moraleexistencial', se deveriam ou não chamar alguém disso ou daquilo pelo que são e representam diante do público leitor, se tivessem que admitir que calúnia, difamação e injúria fossem qualificados de maneira, a meu sentir, um tanto quanto a gerar mais temor, medo e terror, do que liberdade de expressão. O do juiz Moro, recentemente chamado, em público, por advogado de um rico cliente seu de... (impublicável).

Por vezes a famosa 'carteirada' no trânsito --- "o sr. sabe com quem está falando?" --- é usada pela via nobre de instrumentos jurídicos (calúnia, etc.), como apanágio moral.

Imaginem este comentário abaixo de Augusto Nunes (VEJA), se ponderado à luz do texto: “Parlamento da Venezuela quer frear avanços de Nicolás Maduro”. Manchete da Folha online, nesta terça-feira, encaminhada ao sanatório por Reynaldo Rocha com a seguinte observação: ‘O paciente não soube esclarecer se entre os avanços em perigo estão o sumiço do papel higiênico e o passarinho em que Hugo Chávez se transforma quando quer conversar com Maduro’." (Augusto Nunes em http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/seção/sanatorio-geral/)

Concordo, porém, que deve existir, digamos, um certo equilíbrio, no uso de expressões. Coisa que estaria dentro do bordão do bom senso, equilíbrio. E é verdade, a internet nem sempre prima por isso.

Nossa cultura (brasileira) também tem um forte pendor para resguardar o 'pessoal' um tanto quanto de modo peculiar, o 'indivíduo', a 'pessoa' como se o homem público, digamos um deputado federal, não pudesse ser atingido em cheio por comentários que aferem com grave efeito o que ele ou ela é e faz com a atribuição que o cargo lhe confere.

Dou exemplo para fazer-me entender: famoso cantor brasileiro proibiu, sistematicamente, a publicação de sua biografia não autorizada. Outro exemplo, agora de um homem que poder-se-á eleger-se a presidente da república. Alguém imaginou uma situação dessas nos EUA onde uma casa publicadora seria impedida por Donald Trump de publicar algo embaraçoso por julgar ter sido 'navalhado' em uma suposta biografia que o teria tratado impiedosamente? Imaginem o que o presidente Obama não está sofrendo nas mãos de grandes publicações desde ontem depois que verteu algumas lágrimas que, para o padrão americano é sinal visível de fraqueza. Uma pegadinha política, como diz um colega meu em Washington, D.C.

Aqueles que já sofreram ou sofrem processos por danos morais --- e os juizados especiais estão abarrotados por tais, --- por vezes são obrigados a dispendiosas defesas, simplesmente porque usou expressões que o autor da ação julgou que não atingiu o texto, mas o autor do texto, e, por conseguinte, este julgou que fora ofendido. E pior, tais exordiais não estabelecem em momento algum o fundamental: nexo causal, mas terão que ser examinadas pelo juízo.

Até chegar à sentença final, porém, custos, tempo, recursos, etc. --- tanto para o réu quanto para a máquina judiciária --- terão sido gerados justamente e para satisfazer satisfazer apenas o ego de alguém que simplesmente não gostou do comentário que foi feito.

Admito até que muitos de nós aqui já passamos por tais dissabores tão desagradáveis, tendo que gastar tempo precioso diante de firulas, com o abuso de instrumentos tão caros e preciosos a todos nós.

O lembrete por inferência no artigo de que nossos comentários devem ser tais como estivéssemos passeando entre cristais em nossos comentários na internet, deve ser bem vindo.

Cordiais saudações a todos e votos de 2016 em nossos trabalhos.
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